Madrasta

A MADRASTA E UM DE SEUS MAIORES PROBLEMAS

Não existe meio termo. Ou a ex-esposa aceita a nova namorada do ex-marido ou não aceita. Quando iniciei o relacionamento com o meu marido esse era um dos meus maiores temores. Logo porém, constatei que eu era uma madrasta privilegiada, pois a ex-esposa de meu marido nunca falou mal de mim para as crianças. Mais de 70 % das madrastas que se correspondem comigo por e-mail têm problemas de relacionamento com a ex-esposa de seus companheiros. A madrasta deve avaliar desde o início as atitudes dessa mulher e também demonstrar a ela sua boa intenção em relação a criança para que ela fique tranqüila. A ex-esposa não sabe quem é essa mulher estranha que se aproximará de seu filho. Não sabe se a criança será prejudicada, também está insegura e cheia de dúvidas.

Somente o dia a dia mostrará quem é quem nessa trama complicada, mas um grande problema que a madrasta pode encontrar pela frente, é uma ex-esposa ressentida que faz o que pode de ruim para atingir o ex-marido. Quando ela fica sabendo do novo relacionamento do ex-companheiro e ainda não está bem resolvida como mulher, profissional e mãe, passa a ter como "hobby" se preocupar em destruir o ex-companheiro.

Um de seus primeiros passos é falar mal da madrasta para a criança. Esta escuta atentamente os conselhos da mãe e quando encontra com a "mulher maligna" a trata com indiferença, grosseria e muitos maus modos. As frases mais comuns da criança são:

"Se você não existisse o meu pai daria mais dinheiro para a minha mãe"

"Se você não existisse o meu pai voltaria a viver com a minha mãe"

"Foi por sua causa que o meu pai se separou da minha mãe"


Tudo isso sendo verdade ou não o que a madrasta pode fazer? Deve ter sempre muita maturidade diante dos problemas que forem surgindo. Não deve responder com agressividade para a criança. Deve fazer "cara de paisagem" por mais que esteja irritada querendo colocar a criança em seu devido lugar. Lembre-se: ela está sendo manipulada pela mãe. Enquanto for pequena vai acreditar no que for dito, mas conforme o tempo for passando e as boas atitudes da madrasta forem acontecendo, a criança começará a ver que as coisas não são exatamente como a mãe diz. Também é importante que o pai converse com a criança e que todos juntos a façam perceber que o que a mãe diz é contraditório diante da realidade que vivem. Expliquem a verdade para ela. Pai e madrasta não devem falar mal da mãe para a criança.


ATENÇÃO! Algumas vezes a criança fica arredia, trata mal a madrasta, mas não significa que a mãe esteja falando mal da madrasta para ela. Nenhuma criança quer que os pais se separem. A separação dos pais e a nova companheira podem ser situações novas muito difíceis de serem digeridas causando conflitos para a criança. O pai e a madrasta devem observar bem o comportamento da criança antes de concluir coisas erradas. Usem sempre o bom senso e coloquem-se no lugar dessa criança que nesse momento vive tantos conflitos.

Algumas vezes, a criança diz frases que magoam a madrasta. Ela pode falar por falar, para atingí-la, para tentar excluí-la da "família". Veja alguns exemplos:

A criança diz: "Lembra papai, quando eu, você e a mamãe fomos ao zoológico e o macaco pulou na cerca?"

A criança faz questão de lembrar passeios e outros momentos felizes vividos com os pais antes da separação. São situações onde a madrasta não estava presente. Nesse momento, a madrasta deve participar naturalmente da conversa dizendo: "O macaco pulou na cerca? Vocês se assustaram? Eu adoro passear no zoológico, vamos lá qualquer dia desses?"

A criança diz: "A lasanha que a minha mãe faz é muito mais gostosa do que a sua!"

A madrasta pode dizer: "A mamãe é mesmo muito boa para fazer comidas gostosas, não é? O que mais ela faz que é muito gostoso?"

Por mais que a vontade seja dizer: "Então não come, assim sobra mais", agüente firme. Quanto mais a criança perceber que você se irrita com essas frases, mais te atacará. Esse tipo de conversa desaparecerá com o tempo se o intuito for apenas o de magoar a madrasta. Quando a madrasta tem vontade de dizer ou até mesmo diz frases como esta, demonstra que ainda não está plenamente madura, ainda não compreende exatamente a delicada relação em que está envolvida. Esses sentimentos são destrutivos e ela pode estar tão emocionalmente insegura quanto a mãe.

Outra coisa que a ex-esposa pode fazer é telefonar o tempo todo para a casa do ex-marido para reclamar da criança, pedir favores, mais dinheiro, reclamar que a criança voltou com algum problema do final de semana, que a madrasta a tratou mal, enfim, um inferno! Instalar um detector de chamadas, ameniza o problema, mas não acaba com ele. Somente uma boa postura do ex-marido será uma boa solução. Ele deve, dia a dia, escutá-la para ver se com o tempo ela desaparece e se chegar a ponto de querer que ela se mude para o Chuí, deve ignorá-la. Quando a ex-esposa encontra dificuldade em atingir o ex-marido, pois esse já aprendeu a ignorá-la, ela pode passar a prejudicar o próprio filho. Usa a criança de ponte para conseguir o que deseja. Algumas coisas que ela pode fazer:

Dificultar as visitas do pai.

O pai chega para buscar a criança para passar o final de semana com ele e encontra a casa vazia. A mãe saiu, ou melhor, sumiu com a criança. O pai pode até fazer um boletim de ocorrência, ir ao fórum falar com o juiz, com o promotor, com o bispo, mas isso tudo é desgastante, irritante, frustrante. A mãe sente-se a toda poderosa, pois tem a guarda da criança e a usa como objeto para torturar o pai.

Pressionar psicologicamente a criança e fazer com que ela se sinta culpada por também gostar de ficar com o pai.


As frases mais comuns dessas mães são:

"Você não me ama mais, por isso prefere ficar com o seu pai"

"Eu te esperei 9 meses, te conheço melhor do que o seu pai"

"Lugar de filho é ao lado da mãe"

"Você já não liga mais para mim mesmo, vai lá ficar com o seu pai"

"Tudo isso que você está fazendo para a mamãe vai voltar um dia para você"

"Como você se sentiria se a mamãe fosse embora de vez?"

"Qualquer hora mando você morar com o seu pai e vou morar em outro país"

"É tão ruim assim ficar com a mamãe?"

"Eu nunca fui mesmo uma boa mãe, não presto mesmo"

"Pode ficar com o seu pai mais um dia, eu fico aqui sofrendo, tudo bem."

E como ficam as crianças que escutam essas frases? O que vi até agora foram relatos de dó da mãe e muitos conflitos internos. Começam a ir mal na escola, choram à toa, roem as unhas. Sentem-se culpadas em desejar a companhia do pai. E as seqüelas que ficam? Só o tempo vai mostrar. Algumas crianças se afastam dessa mãe e mesmo assim ela não percebe que foram suas atitudes erradas que levaram a isso. Tendem a culpar outras pessoas, normalmente o ex-marido. Ela tem certeza que ele passa todos os dias de seu final de semana falando mal dela para a criança.

Acho que podemos comparar as frases ditas acima ao abuso de autoridade. Aquele mesmo exercido por policiais corruptos. Essa mãe se vê no direito de destruir a vida do filho simplesmente porque "é a mãe".

Imprimir Email