GREVE DE FOME - A VIDA PELO FILHO - *ÚLTIMAS NOTÍCIAS
Tais como outros pais, Adelmo F. Pessoa (Belo Horizonte-MG) resolveu lutar para poder conviver com o seu filho. Só que ele vai mais longe, resolveu fazer greve de fome até que seu filho possa vir a morar com ele. Belo Horizonte - MG
Uma loja vazia alugada numa rua movimentada perto do fórum de Belo Horizonte com o que lhe resta, grades na entrada para barrar os curiosos, um contador de dias em numa faixa "Greve de Fome" com o número 15. Em seu interior, um homem já grisalho, com um olhar sereno chama atenção dos transeuntes do centro movimentado da capital para um protesto neste momento inovador na cultura do país.
Atrás de sua aparente saúde, contruida em anos de prática atlética, estende-se alguém que está pondo-a ao descarte para ser ouvido e aceito o seu direito e a sua vontade de ser pai.
O autor deste ato é o analista de sistema Adelmo F. Pessoa, que está em greve de fome desde 16 de setembro, bebendo apenas água, deixando seu corpo se auto absorver até o final como protesto contra cultura que o proíbe de conviver com o seu filho. Em entrevista ao PaiLegal Adelmo disse que não pretende chantagear a justiça, seria descabido, além do que improdutivo porque uma grande parte da justiça ainda esta embasada em uma cultura que acredita que alguem pode exercer a paternidade visitando o filho a cada duas semanas. Ele diz "tem sido conveniente para os pais-homens irresponsáveis deixarem os filhos com as mães como também para as mães egoístas que acreditam serem os filhos suas propriedades.
Apesar de ter ido a justiça até recurso em segunda instância para conseguir que seu filho venha a morar com ele, Adelmo perdeu todos os casos. Machucou-o ainda as inverdades usadas durante o seu processo, como na maioria dos casos que muitos relatam no grupo de discussão do PaiLegal.
Com a greve de fome ele pretende sensibilizar a mãe, que mudou de estado levando o filho consigo, para observar a importância da convivência do seu filho com o pai e desimpedir sua ocorrência. Como o seu filho é a coisa mais importante para ele, pôr sua própria vida em jogo vale o risco dessa conquista. Adelmo ja perdeu 5 kilos e disse estar tranquilo para ir até o fim.
Adelmo acredita que o que se faz no PaiLegal é de enorme importância e num recado aos nossos participantes e visitantes disse: "A luta é maior do que se pensa. Leis temos muitas. Precisamos é trabalhar para transformar a cultura do país a fazer o direito do pai ser respeitado. Mesmo sendo nós, pais participantes, ainda minoria, temos de ter o nosso direito de exercer a paternidade ser respeitado. Se outras minorias, como os homossexuais, tiveram o seu direito de criar sendo respeitado como foi o caso da Cássia Heler, por que nós os próprios pais não temos?"
Como um comerciante atendendo expediente, Adelmo ao final do dia fecha as portas de sua loja vazia e se retira solitário para o segundo andar onde seu único móvel é um colchão no chão. Ali ele aliviará o sacrifício da greve em mais uma noite de sonho diário de um dia poder conviver com o seu filho, para o próximo dia ter a esperança da nova realidade e esquecer a incerteza de seu destino.
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25/11/2003 - 18:30 - Exames médicos põem fim à greve
Após realizar alguns exames, o Dr. Ricardo Mussi Lara Safar constatou que, caso Adelmo permaneça em greve de fome, terá sérios problemas de saúde, a iniciar pelo fígado que, segundo Lara, "já se encontra bem comprometido devido todo esse tempo ingerindo apenas água".
Os exames foram realizados na noite deste domingo, 23, e os resultados saíram hoje, terça-feira. Após perder cerca de 18 kg, Adelmo, mesmo com suas funções vitais "aparentemente" normais, achou melhor cuidar de sua saúde para que possa, assim, manter-se de pé e tentar, de qualquer maneira, ter a guarda compartilhada do filho Augusto.
Saio daqui debilitado fisicamente e triste por não alcançar o objetivo esperado", diz Adelmo. Ele, que não deixaria o local sob mandato judicial, ainda reitera que sente-se fracassado e que finaliza às 20h de hoje, a greve iniciada no dia 20 de novembro, "para cuidar da saúde".
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Paulo Habl - Londres - Belo Horizonte (2003)
Uma loja vazia alugada numa rua movimentada perto do fórum de Belo Horizonte com o que lhe resta, grades na entrada para barrar os curiosos, um contador de dias em numa faixa "Greve de Fome" com o número 15. Em seu interior, um homem já grisalho, com um olhar sereno chama atenção dos transeuntes do centro movimentado da capital para um protesto neste momento inovador na cultura do país.
Atrás de sua aparente saúde, contruida em anos de prática atlética, estende-se alguém que está pondo-a ao descarte para ser ouvido e aceito o seu direito e a sua vontade de ser pai.
O autor deste ato é o analista de sistema Adelmo F. Pessoa, que está em greve de fome desde 16 de setembro, bebendo apenas água, deixando seu corpo se auto absorver até o final como protesto contra cultura que o proíbe de conviver com o seu filho. Em entrevista ao PaiLegal Adelmo disse que não pretende chantagear a justiça, seria descabido, além do que improdutivo porque uma grande parte da justiça ainda esta embasada em uma cultura que acredita que alguem pode exercer a paternidade visitando o filho a cada duas semanas. Ele diz "tem sido conveniente para os pais-homens irresponsáveis deixarem os filhos com as mães como também para as mães egoístas que acreditam serem os filhos suas propriedades.
Apesar de ter ido a justiça até recurso em segunda instância para conseguir que seu filho venha a morar com ele, Adelmo perdeu todos os casos. Machucou-o ainda as inverdades usadas durante o seu processo, como na maioria dos casos que muitos relatam no grupo de discussão do PaiLegal.
Com a greve de fome ele pretende sensibilizar a mãe, que mudou de estado levando o filho consigo, para observar a importância da convivência do seu filho com o pai e desimpedir sua ocorrência. Como o seu filho é a coisa mais importante para ele, pôr sua própria vida em jogo vale o risco dessa conquista. Adelmo ja perdeu 5 kilos e disse estar tranquilo para ir até o fim.
Adelmo acredita que o que se faz no PaiLegal é de enorme importância e num recado aos nossos participantes e visitantes disse: "A luta é maior do que se pensa. Leis temos muitas. Precisamos é trabalhar para transformar a cultura do país a fazer o direito do pai ser respeitado. Mesmo sendo nós, pais participantes, ainda minoria, temos de ter o nosso direito de exercer a paternidade ser respeitado. Se outras minorias, como os homossexuais, tiveram o seu direito de criar sendo respeitado como foi o caso da Cássia Heler, por que nós os próprios pais não temos?"
Como um comerciante atendendo expediente, Adelmo ao final do dia fecha as portas de sua loja vazia e se retira solitário para o segundo andar onde seu único móvel é um colchão no chão. Ali ele aliviará o sacrifício da greve em mais uma noite de sonho diário de um dia poder conviver com o seu filho, para o próximo dia ter a esperança da nova realidade e esquecer a incerteza de seu destino.
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25/11/2003 - 18:30 - Exames médicos põem fim à greve
Após realizar alguns exames, o Dr. Ricardo Mussi Lara Safar constatou que, caso Adelmo permaneça em greve de fome, terá sérios problemas de saúde, a iniciar pelo fígado que, segundo Lara, "já se encontra bem comprometido devido todo esse tempo ingerindo apenas água".
Os exames foram realizados na noite deste domingo, 23, e os resultados saíram hoje, terça-feira. Após perder cerca de 18 kg, Adelmo, mesmo com suas funções vitais "aparentemente" normais, achou melhor cuidar de sua saúde para que possa, assim, manter-se de pé e tentar, de qualquer maneira, ter a guarda compartilhada do filho Augusto.
Saio daqui debilitado fisicamente e triste por não alcançar o objetivo esperado", diz Adelmo. Ele, que não deixaria o local sob mandato judicial, ainda reitera que sente-se fracassado e que finaliza às 20h de hoje, a greve iniciada no dia 20 de novembro, "para cuidar da saúde".
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Paulo Habl - Londres - Belo Horizonte (2003)