Madrasta

OS COADJUVANTES

A Madrasta, a criança, a ex-esposa e o pai. Sempre falo que estes são os personagens principais quando se inicia um novo relacionamento após uma separação. E quem são os coadjuvantes? As três famílias. Família da madrasta Nenhuma mulher sonha em ter um relacionamento com um homem divorciado com filhos de um (ou vários) casamentos anteriores. Quando entramos na adolescência, nos imaginamos casadas com aquele menino lindo , esportista, o popular da escola. Os anos vão se passando e, dia a dia, descobrimos que a realidade dos relacionamentos não é bem assim. Aquele menino popular torna-se infiel à esposa e o feinho caolho, que usava óculos tornou-se bem sucedido profissionalmente, fez cirurgia de miopia e além de fiel, faz de tudo para deixar a esposa feliz. O que quero dizer é que um homem separado com filhos pode sim, ter um segundo casamento feliz. Mas até a família da madastra descobrir essa possibilidade, muita coisa pode acontecer. A mãe fica em pânico, afinal nem a própria madrasta desejaria que a filha se casasse com um homem separado e com filhos. Sabemos que essa situação pode trazer muitos conflitos e que o dia a dia pode ser complicado. Mas esse homem pode ser fiel, amar a segunda esposa e tornar-se um excelente partido apesar de estar totalmente fora do padrão preferido das mulheres: solteiro, sem filhos. Foi exatamente assim que aconteceu comigo. Quando eu conheci o meu marido, quatro anos antes de começarmos a namorar, ele era noivo e tinha um filho de 6 meses. Em momento algum eu olhei para ele com a intenção de paquerá-lo. Se naquele momento alguém me dissesse que ele seria o homem da minha vida acho que eu isolaria no primeiro pedaço de madeira e exclamaria:”Eu? Imagina se vou me casar com um homem que já foi casado e tem um filho!!” Ainda bem que eu só “cuspi pra cima” em pensamentos. Quatro anos depois, nos reencontramos, ele estava separado e logo em seguida começamos a namorar. Eu estava em estado de alerta, me preocupei por estar me envolvendo nesse relacionamento, mas a minha mãe estava em pânico e falou: “Minha filha, você é tão linda (frase básica), tão inteligente (óbvio se é a mãe quem fala), tão nova ainda (nunca chegará a hora de se casar), não precisa ter pressa para se casar. Não precisa namorar o primeiro que aparece.” Já era tarde demais. Eu estava com os dois pés plantados no chão e sabia que estava apostando na loteria. Mas todas as pessoas o fazem quando se casam. Meu risco até poderia ser um pouco maior, mas as qualidades que o meu marido trazia na bagagem colaboraram para eu arriscar. Ele é fiel, caseiro, bom pai, etc, etc, etc, milhões de etc…(Não cobicem, por favor!). Mesmo assim a minha família estava preocupada e só com o passar do tempo, depois que conheceram o meu marido, perceberam que a separação pode acontecer com homens bons, bonitos, inteligentes e de boa família. Família da ex-esposa: Essa está em pânico. Com a chegada da madrasta, a esperança do casal reatar vai-se embora. Em seguida começam as preocupações: “Será que essa mulher afastará o pai dos filho? Será que ela vai incentivá-lo a ter más atitudes, não dar mais dinheiro para as crianças? Será que ela vai querer tomar o lugar da mãe? Será que vai cuidar bem da criança quando esta estiver em sua companhia? Será? Será? Será? E pelo o que conhecemos de muitas madrastas que são más, essa família tem mesmo motivo para estar bem preocupada. Algumas ex-esposas vêem os filhos serem mal tratados pela madrasta por anos e mesmo assim tentam apaziguar. Foi o caso de uma ex-esposa que mandou um e-mail aos filhos pedindo para que eles perdoassem a madrasta. Dizia que a madrasta queria ajudar apesar de muitas vezes ter errado. Essa madrasta quis ser mãe de seus filhos, o que é totalmente impossível e frustrou-se diversas vezes ao perceber que as crianças já tinham uma mãe e que esse papel definitivamente não era dela. Mesmo assim essa mulher que não era a mãe a ajudou muito na criação dos filhos e o seu esforço precisava ser reconhecido. Parabéns à essa ex-esposa. Família do pai Acho que a maior preocupação dessa família é o aparecimento de mais relacionamentos com problemas. O filho começa a namorar e, “Meu Deus!”, será que essa mulher o fará feliz? Será que os erros se repetirão? Muitas vezes essa família está tão magoada que prefere evitar laços afetivos com a nova namorada. Pode ser que ainda estejam apegados à ex-esposa do filho, que havia uma esperança de reconciliação “Pelas crianças”- pensam. Deve ser totalmente frustrante você ver o casamento de seu filho (ou filha) acabar. Muitas vezes sobram apenas desamores, rancores, e, briguinhas constantes podem ter desgastado o relacionamento de todos. A família do meu marido estava preocupada, pois meu marido iniciou seu relacionamento comigo logo em seguida à sua separação. Isso traz insegurança aos pais, afinal todos precisam de um período de “luto” antes de “tocar o barco para frente”. Apesar de um pouco inseguros, perceberam dia a dia que ele estava feliz e encaminhando bem a sua vida ao meu lado. Nos incentivaram a montar o nosso apartamento, a enfrentarmos os próximos passos que sempre nos deixavam em dúvida. Até hoje os temos sempre ao nosso lado nos orientando, dando dicas, participando positivamente do nosso relacionamento a dois (ou a 5 se falarmos das crianças!) que é tão feliz.

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